A noite estava calma. O céu muito estrelado, a brisa fria e suave, silêncio na madrugada. Parece que às segundas-feiras ninguém sai de casa. Adoro segundas-feiras, tudo fica mais silencioso, dava até para ouvir o som das ondas batendo forte contra as pedras, na arrebentação. Ao invés de ir para a cama, me vesti e fui caminhar atendendo ao chamado do mar.
O céu completamente estrelado. E imaginar que o planeta Terra é menor que uma daquelas estrelas. E imaginar, que pelas leis do tempo e espaço, aquela estrela que admiro( pelo seu brilho intenso) talvez já não exista mais.
O filósofo e astrofísico norte-americano Carl Sagan tinha uma bagagem científica gigante e o poder de síntese de um poeta.Quando se deparou com a fotografia do planeta Terra que foi tirada a cerca de 6 bilhões de quilômetros por uma sonda espacial, ele olhou a imagem distante da Terra, aquele minúsculo pontinho na imensidão do Universo, e o batizou de “pálido planeta azul”. Afinal, nosso planeta é 70% água, 30% terra.
Em suas reflexões, Sagan jogou as seguintes perguntas no ar: qual a importância da Terra no Cosmo? O que estamos fazendo com as nossas vidas? Quem pode nos salvar de nós mesmos? Há outras formas de vida no Universo? Quem somos e que papel representamos nesse Universo que se expande e se altera permanentemente?
Se esse bando de politicos hipócritas que certamente estarão presentes na Cop30 em 2025 no Pará – um dos estados brasileiros que mais contribui para o desmatamento na Amazônia e que possui um dos piores índices de escolaridade, criminalidade e saneamento básico – conseguisse responder a essas 5 indagações de Carl Sagan, já me daria por satisfeito.
Voltando para casa, fiquei a pensar sobre o nosso destino, nosso comportamento, nossa ganância, nossa dificuldade em entender a importância de preservar o planeta e viver em paz e harmonia. Demorei a pegar no sono…